domingo, 19 de abril de 2009

DEPRESSÃO INFANTIL: MITO OU REALIDADE !

Informações sobre o distúrbio ajudam o docente no fazer pedagógico

Até a década de 40 não se admitia o fato de crianças tornarem-se depressivas. Elas eram vistas como adultos em miniatura que não passavam por problemas nem conflitos. Com o passar dos tempos, esta concepção evoluiu e a criança passou a ser vista como um ser em desenvolvimento que apresenta conflitos internos e externos, bem como necessidades e anseios, tanto quanto um adulto. Estes conflitos, necessidades e anseios, se mal resolvidos, podem causar aiguma sequela negativa na formação da criança, como também podem desencadear outros processos que levem à depressão.

O reconhecimento da existência do estado depressivo em crianças levou tempo considerável e isso só foi possível a partir das décadas de 40 e 50, com muitos psicanalistas, como Abraham, que descreve uma forma de depressão pré-edipiana; Fenichel, que sugere a possibilidade da existência de alterações de comportamento no primeiro ano de vida, e outros que denominam de depressão analíctica um conjunto de características que surgem em crianças separadas da mãe no primeiro ano de vida.

Estes e outros psicanalistas podem ser considerados os precursores de estudos sobre a depressão infantil. Percebe-se que os nomes dados por eles a esta doença que hoje afeta muitas crianças foram outros, mas o importante é que, por meio de autores como eles, o assunto Depressão Infantil aflorou no ramo da psicanálise.

Foi a partir da década de 70, com o desenvolvimento da medicina, mais especificamente da psiquiatria infantil, que passou a ser atribuída impotância às incidências de depressão em crianças, pois, até então, era pouco ou nada conhecida.

Depressão em diferentes momentos

Marcelli caracteriza a depressão em função da idade: a depressão do bebê e da criança bem pequena (até 24 - 30 meses), a depressão da criança pequena (de 3 a 5/6 anos) e a depressão na adolescência (12 aos 16 anos).
A separação da mãe, a mudança da imagem materna, de condições de vida, a carência afetiva, a mãe depressiva e a carência alimentar são fatores que podem desencadear o sofrimento e, conseqüentemente, a depressão em um bebê. Os principais sintomas da depressão são o olhar apagado, o bebê não brinca com as mãos e com mordedores, haver ausência de balbucio e de curiosidade exploratória. A expressão lingüística e a motora sofrem perturbações, atrasando o processo de desenvolvimento.

A depressão da criança pequena é desencadeada geralmente por uma separação ou por uma perda brutal. A criança passa a apresentar comportamento de isolamento, retraimento, calma excessiva que pode ser interrompida por ações agressivas de fuga. Nesta idade, a criança depressiva evita brincar com outras crianças, apresenta alterações no sono e no apetite. Marcelli considera brutal a colocação de uma criança pequena depressiva em classe escolar, por que ela não suporta a inserção no grupo. Já a depressão do adolescente, freqüentemente, é relacionado aos remanejos psicoafetivos característicos desta faixa etária.

A depressão envolve um conjunto de sintomas que levam a criança à angústia e ao sofrimento. Estes sintoma podem ser confundidos com birra, falta de educação ou mimo. São citados, nas bibliografias consultadas, alguns sintomas como: dificuldades em se afastar da mãe, angústias, tristezas, crises de choro, medo, pessimismo, agressividade, mudança de apetite,e do sono, isolamento social, falta de atenção, agitação excessiva ou hiperatividade, irritabilidade, baixo auto-estima, sentimento de inferioridade, fala de morte ou suicídio, baixo rendimento escolar e dores no corpo.

domingo, 12 de abril de 2009

ADAPTAÇÕES CURRICULARES NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A seguir, a título de facilitar o trabalho docente, sugerimos alguns recursos que podem ser utilizados quanto a adequações no atendimento de alunos com necessidades especiais, esclarecendo que estes devem estar previstos no planejamento das atividades curriculares. Os recursos são meios auxiliares no desenvolvimento das ações que precisam estar bem-definidas no plano de trabalho do professor.

Para alunos com altas habilidades:

* Engajamento em atividades cooperativas e de pesquisa.
* Materiais, equipamentos e mobiliário que facilitem o trabalho educativo.
* Ambientes enriquecedores para o desenvolvimento dos conteúdos.
* Materiais escritos que estimulem a criatividade: lâminas, murais e gráficos.
Além dos recursos listados, que como já dissemos, não são solução de aprendizagem, mas, indicativos de formas para a condução da ação planejada, é preciso que se pense:

* nas estratégias de ensino e aprendizagem, bem como na avaliação e nas atividades que levem em conta as dificuldades dos alunos especiais, eliminando atividades que não sejam possíveis de serem cumpridas por parte do aluno;
* nas adaptações, dentro da programação regular, dos objetivos, conteúdos, e critérios de avaliação, sempre que necessário. Para esta definição, deve-se fazer uma avaliação psicopedagógica, cujo objetivo é investigar os níveis de competência atual do aluno, bem como verificar que fatores estão, ou não estão, facilitando o seu desenvolvimento, para que se tome decisões que permitirão modificações ou ajustes, a fim e torná-lo, mais adequado a cada caso.

Para alunos com deficiência mental:

* Ambientes de sala de aula que favoreçam a aprendizagem ("cantinhos" de arte, do teatro, da leitura etc.), favorecendo o trabalho diversificado em grupos ou inividual.
* Desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de comunicação, cuidado pessoal e autonomia.

Para alunos com deficiência visual:

* Materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros.
* Sistemas alternativos de comunicação: sistema Braille, cartazes com escritas ampliadas.
* Textos escritos, com ilustrações táteis (diversas texturas: lixa, algodão, veludo), auxiliando a compreensão.
* Posicionamento do aluno em sala de aula de modo a favorecer a escrita do professor.
* Disposição do mobiliário escolar favorecendo a locomoção em sala de aula.
* Explicações verbais sobre o material visual apresentado na aula.
* Adaptações de materiais escritos: tamanho das letras, relevo, softwares educativos do tipo ampliado.
* Uso de máquina de escrever Braille, bengala longa, livro falado.
* Pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com sintetizador de vozes.
* Apoio físico, verbal e instrucional para viabilizar a orientação e mobilidade do aluno cego.

Para alunos com deficiência auditiva:

* Materiais e equipamentos específicos: próteses auditivas, treinadores de fala, tablado em madeira facilitando a transmissão do som e softwares específicos.
* Textos escritos acompanhados de outros tipos de linguagem: linguagem gestual, língua de sinais.
* Sistema auternativo de comunicação adaptado ás possibilidades do aluno: leitura crofacial, leitura e linguagem de sinais.
* Salas-ambientes para treinamento auditivo, de fala e de ritmo.
* Posicionamento do aluno na sala de aula de tal modo que possa acompanhar os movimentos faciais do professor e colegas de classe.

Para alunos com deficiência física:

* Sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adaptado ás possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de símbolos (pictográficos, ideográficos e arbitrários), tabuleiros de comunicação, sinalizadores mecânicos.
* Adaptações de elementos materiais: rampa. elevador, pátio de recreio, barra de apoio, alargamento de portas, mobiliário, materiais de apoio (andador, colete, abdutor de pernas, faixas restringidoras); materiais de apoio pedagógico (tesouras, ponteiras, computadores).
* Remoçao de barreiras arquitetônicas.
* Utilização de planchas de presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, presilha de braços, cobertura de teclados etc.
* Textos escritos complementados com elementos de outras linguagens e sistemas de comunicação.